quarta-feira, 10 de junho de 2009

ÍCONE I, II, III - MÁTER BRASIS



Ícone I - A Índia

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Ícone II - A Branca


Ícone III - A Negra
Obra premiada nos Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia 2005

Remete-me ao passado, a minha infância, as barraquinhas da feira de minha cidade, os oratórios das casas coloniais, em especial, o de D. Santinha, figura de olhar doce, como o mel extraído do supra sumo da bondade!
Recorda-me, a casa de taipa da velha negra centenária e filha de escravos, Tuí, que tinha a singularidade de no seu exterior haver objetos dependurados em todas as direções, em especial as panelas, de forma, cor, e tamanhos variados. Sem contar, as carnes vermelhas dependuradas nos arames farpados ao sol! No interior, havia garrafas de forma e tamanho variado, contendo cachaça com ervas e cobras; tudo isso me encantava de forma profunda, e sempre fugia de casa, fazendo uma travessia a nado no rio Inhambupe, muito perigosa, assustadora para minha mãe, mas irresistível a mim; e volta e meia tava lá de novo no Cambucá, embevecida, diante de tanta beleza!
A Índia - Lembra-me os caboclinhos de Dona Maria Gorda, nos seus festejos (kiriris), adentrando a nossa casa com seus cânticos e visual maravilhoso do colorido das penas dos cocares (penachos), corpos e instrumentos.
A Branca - Lembra-me especialmente a minha mãe, mulher branca, que não teve leite para amamentar-me, amamentando-me com o das cabras em mamadeira.
A Negra - Lembra-me entre várias pérolas da raça, Mãe Sunção, parteira da família e comunidade, com torço e anáguas alvos, quarados e engomados com todo capricho do asseio! Nos seus 1,80cm. de pura doçura, beleza e elegância - como uma deusa afro!

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